quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Separadas à nascença :P

No outro dia estava a ver o noticiário e estava a Sra. do FMI a discursar e de imediato fez-me lembrar a Magda do filme Doidos por Mary, digam lá se não são parecidas? :P












sábado, 12 de outubro de 2013

Musiquinha boa :)

Adoro esta musica e a "leveza do ser" que me transmite, mesmo boa onda :)


Dica da Rochinha #7


Meninas hoje é dia de promo da Tezenis :))

Já agora, os meninos podem ser uns fofinhos e podem aproveitar para mimar a vossa cara metade, boa? 



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Português VS Espanhol

Nunca vou compreender porque é os portugueses entendem os espanhóis e estes nunca nos entendem, não me assiste...

Nós falamos e eles ficam pasmados a olhar para nós e perguntam "habla espanol"?
Não, não "hablo espanol" mas entendo perfeitamente o que vocês dizem e vocês não entendem porquê????


Yes, weekend!!!!!!!!!!!!!!!!!!

                                 Finalmente um fim de semana livre, estou que nem posso :))))

                                Um dia ainda vou ter folga todos os fins de semana, ai vou pois!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Dica da Rochinha #6

 
Como usar um lenço de 25 maneiras :)
 
 
 
 

Agora é que é!!!

Cheia de esperança que algo que quero muito se concretize em breve :)
Tem que dar certo!!!!!!!!!

Outono...

O Outono chegou sem fazer cerimónia, tinha esperança que o calorzinho se deixasse ficar por mais uns bons dias, mas nada!!

Desde domingo que estou engripada e o mau estar insiste em não desaparecer :(

Mas o Outono também é uma estação muito fofinha e cheia de coias boas, por isso Happy Fall :)

domingo, 22 de setembro de 2013

Bye Bye summer :(

O quê, já acabou??????????
Snif, snif :((((


Resart now!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Podemos????? Please!!!!!!! Foi tão rápido, quase nem dei por ele e já morro de saudades...





 

Engolir sapos

Significado: Ter de ouvir calado ou fazer algo contrariado.
Origem: A invasão de milhares de rãs, numa das pragas do Egipto.
Os animais não apenas invadiam os ambientes - cozinhas, quartos, casas de banho - como também os pratos dos habitantes do reino.
Daí a expressão "engolir sapos", ou seja, suportar situações desagradáveis sem qualquer manifestação.

Parece que é isto... já engoliram algum hoje? Eu já :P

sábado, 21 de setembro de 2013

Rochinha na Rota do Petisco #1

Hoje tive a companhia da mamã para jantar e fomos as duas petiscar para animar um sábado que é de trabalho até às 23H00.

Os petiscos estavam muitooo bons & a sobremesa fechou a rota em bom :)



Começamos no "Forte & Feio" com papinhas de berbigão

Seguimos para o  Restaurante Bacalhoada onde nos deliciamos com uma bucha de bacalhau & um copo de rosé
 
E terminamos no Café Creme com um bolinho de laranja e um café doce :)

A rota continua...

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reencontros :)

 
Não me canso de ver este vídeo, é arrepiante...
Transmite precisamente o significado da frase, a felicidade que sentimos ao reencontrar aqueles que amamos :)
 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Rota do Petisco 2013

A 3ª Rota do Petisco de Portimão teve início no dia 6 de setembro, e entre um acepipe e um doce regional apresenta um verdadeiro cardápio de manifestações culturais e artísticas, com mais de 90 iniciativas, com destaque para a música, a animação de rua, a poesia e as tertúlias, que até 13 de outubro se irão cruzar com as 70 paragens do roteiro gastronómico.
O programa de animação cultural da Rota é fruto de parcerias estabelecidas com associações culturais e outras entidades, e constitui também uma oportunidade para dar a conhecer talentos locais e o trabalho desenvolvido pelo movimento associativo.

Todas as informações em http://www.rotadopetisco.com/

Paradise

Dreaming on... ;)


I'm In love with #2

 
 
São tão lindos :)))
Clássicos como eu gosto
 
 







domingo, 1 de setembro de 2013

Banda sonora da Rochinha #2





"Conheci" esta musica através do filme brasileiro "Sonhos Roubados" e foi magia quando ouvi a voz da Maria Gadú...


"Eu não sei
onde eu deixei
ou se alguém veio roubar
aquele sonho que sonhei
já não sei onde andará
Prefiro nem dormir
me esquecer de sonhar
eu quero
quero muito
quero agora
sem demora
o meu desejo
ninguém vai roubar
Eu sou escravo de sonho
arca imensa armadilha
Ao meu caminho eu que faço
sou eu que traço essa trilha
A minha esperança eu invento
Sempre em movimento
Não tem parada pra mim
não tem nem lamento
é bom ficar ligada
a vida é tudo ou nada, e não tem talvez
vai pedalando a sua lucidez
vai nessa levada
e não vai ter uma outra vez
Ninguém vai me dizer
como devo me virar
eu quero
quero muito
quero agora
sem demora
o meu desejo
ninguém vai roubar
To no meio da rua
to querendo viver
to querendo essa lua
to querendo você
Eu não sei
onde eu deixei
ou se alguém veio roubar
aquele sonho que sonhei
já não sei onde andará
Ninguém vai me dizer
como devo me virar
eu quero
quero muito
quero agora
sem demora
o meu desejo
ninguém vai roubar
To no meio da rua
to querendo viver
to querendo essa lua
to querendo você"

Setembro a chegar...


Rochinha & o ferro de engomar...

Na semana passada tive um pequeno azar...
Estava a passar um vestido a ferro e queimei-o, fiquei fula da vida, tristíssima por ter estragado um vestido lindo e que usei pouquíssimas vezes :(   
Mas como o que não tem remédio, remediado está, decidi esquecer o lamentável episódio e seguir em frente.

Hoje, domingo de manhã dia de sol radioso e perfeito para um dia de praia lá me levantei com grande esforço para vir cumprir mais um dia de trabalho.
Como se já não fosse castigo suficiente "cair" da cama a um domingo e deixar o mais que tudo a dormir e a matar-me de inveja, eis que decidi dar só um jeitinho no vestido que ia usar hoje, e voilá o que é que acontece????? Queimei o vestido...
Eu mereço???????? :((((((((

Resultado:
Ferro de engomar 2 - Rochinha 0

Se podia fazer tudo bonitinho??? Podia, mas não era a mesma coisa...

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Banda sonora da Rochinha #1


Djavan é uma referência para mim, gosto da melodia e das palavras :)

"Teus sinais
Me confundem
Da cabeça aos pés
Mas por dentro
Eu te devoro,
Teu olhar
Não me diz exato
Quem tu és
Mesmo assim
Eu te devoro...
Te devoraria
A qualquer preço,
Porque te ignoro,
Te conheço,
Quando chove ou
Quando faz frio,
Noutro plano
Te devoraria
Tal Caetano
A Leonardo DiCaprio...
É um milagre,
Tudo que Deus criou
Pensando em você,
Fez a via-láctea
Fez os Dinossauros,
Sem pensar em nada
Fez a minha vida
E te deu,
Sem contar os dias
Que me faz morrer,
Sem saber de ti
Jogado à Solidão,
Mas se quer saber
Se eu quero outra vida
Não! Não!
Eu quero mesmo é viver
Pra esperar, esperar
Devorar você...
Viver, viver
Pra esperar você,
Quero viver
Pra esperar você,
Quero esperar você..."

domingo, 18 de agosto de 2013

Oração ao Tempo - Maria Gadú (Trilha Sonora A vida da Gente) COMPLETA



Linda esta musica e letra :)

Tempo


Desejo-te Tempo!

Não te desejo um presente qualquer,
Desejo-te somente aquilo que a maioria não tem.
Tempo, para te divertires e para sorrir;
Tempo para que os obstáculos sejam sempre superados
E muitos sucessos comemorados.
Desejo-te tempo, para planear e realizar,
Não só para ti mesmo, mas também para doá-lo aos outros.
Desejo-te tempo, não para ter pressa e correr,
Mas tempo para encontrares a ti mesmo,
Desejo-te tempo, não só para passar ou para vê-lo no relógio,
Desejo-te tempo, para que fiques;
Tempo para te encantares e tempo para confiar em alguém.
Desejo-te tempo para tocar as estrelas, 
E tempo para crescer, para amadurecer.
Desejo-te tempo para aprender e acertar,
Tempo para recomeçar, se fracassar.
Desejo-te tempo também para poder voltar atrás e perdoar.
Para ter novas esperanças e para amar.
Não faz mais sentido protelar.
Desejo-te tempo para ser feliz.
Para viver cada dia, cada hora como um presente.
Desejo-te tempo, tempo para a vida.
Desejo-te tempo. Tempo. Muito tempo!


"Parlami d'amore Mariù" by Tino Rossi

Tutta la mia vita sei tu... "Parlami d'amore Mariù" by Tino Rossi


Quem é que não adora este anuncio??
Apaixonei.me pela musica na primeira vez que vi o anuncio.
Vá, confesso que o rapazinho também não é de se deitar fora... mas a musica é mágica :) Adoro!!!!


quarta-feira, 24 de julho de 2013

domingo, 14 de julho de 2013

Sou uma pessoa de abraços...

 
"De repente , deu vontade de um abraço...
Uma vontade de entrelaço, de proximidade ... de amizade, sei lá !
Talvez um aconchego amigo e meigo, que enfatize a vida e amenize as dores ... que fale sobre os amores, seja afetuoso e ao mesmo tempo forte ...
Deu vontade , de poder ter saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo o espaço.

Mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarinho, na magia da união dos corpos, das auras, sei lá!
Lembrar do calor das mãos, acariciando as costas, a dizerem : - Estou aqui !
Lembrar do enlaçar dos braços, envolventes e seguros, afirmando : - Estou com você !
Lembrar da transfusão de força, ou até da suavidade do momento, sei lá.
Então, pensei em como chamar esse abraço: abraço poesia, abraço força, abraço união, abraço suavidade, abraço consolo e compreensão, abraço segurança e justiça, abraço verdade, abraço cumplicidade ?
Mas o que importa é a magia desse abraço, a fusão de energias que harmoniza, integra o todo e se traduz no cosmos, no tempo e no espaço...
Só sei que agora , deu vontade desse abraço :
Um abraço que desate os nós, transformando-os em envolventes laços ...
Que sirva de "colo", afastando toda e qualquer angústia...
Que desperte a lágrima de alegria e acalme o coração...
Um abraço que traduza a amizade, o amor e a emoção.
E para um abraço assim, só consegui pensar em você .
Nessa sua energia, nessa sua sensibilidade, que sabe entender o porque dessa minha vontade."
Dourival José


Keep the Faith

So true...

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Finalmente... :)))))))))))

Weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee a tão esperada sexta feira chegou!!!!!!
O tão desejado fim de semana chegou :)))))

E o mau tempo também chegou :( São Pedro ou tu te atinas, ou vamos ter chatices, ok???

Bom fim de semana a todos :D






domingo, 2 de junho de 2013

Tabacaria - Álvaro de Campos

Um dos meus poemas preferidos :)

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu."

Álvaro de Campos
Heterónimo de Fernando Pessoa

...




Sim é mais ou menos isto... 



sábado, 1 de junho de 2013

Junho :)

Ele está aí & o verão cada vez mais perto :)))


Banco alimentar mais uma campanha


Vamos contribuir mais uma vez? 
Aqui podemos mesmo fazer a diferença :)





Dia da Criança

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA

Num mundo perfeito as crianças não seriam infelizes, não passariam fome, não seriam  agredidas nem  violadas...

Princípio 1º
A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquer excepção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.
Princípio 2º
A criança gozará protecção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição das leis visando este objectivo levar-se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses da criança.
Princípio 3º
Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.
Princípio 4º
A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e protecção especiais, inclusivé adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, recreação e assistência médica adequadas.
Princípio 5º
À criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.
Princípio 6º
Para o desenvolvimento completo e harmonioso da sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão. Criar-se-á, sempre que possível, nos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afecto e de segurança moral e material, salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.
 Princípio 7º
A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário.
Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, a sua capacidade de emitir juízo e o seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.
Os melhores interesses da criança serão a directriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.
A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.
Princípio 8º
A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber protecção e socorro.
Princípio 9º
A criança gozará protecção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objecto de tráfico, sob qualquer forma.
Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira no seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
Princípio 10º
A criança gozará protecção contra actos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos ao serviço dos seus semelhantes.